
Precisei de meios sentimentos pra poder escrever novamente,
e de um furacão de furia pra compreender de quantas mil maneiras alguem suporta ser.
Estive calada durante muito tempo,
me retive a ideia de que tudo estava bem estando em silêncio.
Lá fora a chuva caia, e sem motivos, eu apenas a presenciava cair e molhar o chão,
lavar as impurezas, amolecer o concreto das calçadas.
Um belo dia, recomecei a respirar, do nada.
Um sorriso meio envergonhado me veio a face, e me fez renovar a ideia de continuar.
Enchi meus pulmões de um ar tão puro, que cheirava a rosas do campo, um cheiro tão forte que chegava a ser dilacerante.
Precisei de dias pra me acostumar com a ideia de recomeçar do zero.
Mas do zero sempre recomeçamos.
Deixei escapar a minha aflição e mergulhei sem pudor.
Pequei.Corri cem léguas em um só dia,
Cai de quatro nessa aventura errante.
Pulei da ponte três vezes em 24 horas,
e perdi o compasso em menos de dois dias.
Me bateu uma crise antecipada.
Agonia.Fiz esforços demasiadamente, e esqueci que no meio do caminho deixei o mais importante,
meu coração, pulsando a beira da estrada.
Perdi o controle, e a guerra me veio como consequência da derrota sofrida em campo sem batalhas.
Indiferente, tive que retroceder, manter a guarda, e me resguardar do tempo fechado.
Voltei ao casulo, voltei a masmorra, mantive a seriedade.
Perdi.Sem forças pra continuar durante a tempestade que caminha numa velocidade de assolar,
voltei pra casa.
Caminhei dois dias de ida,
Voltei em menos de um.
Corri.No meio do caminho, peguei meu coração estacionado na esquina,
o trouxe em mala, seguro, sem frio.
Trouxe também a alma, desencorajada, mas pura, como sempre esteve.
[em construção....]